15 mil médios produtores contarão com Mapa para melhorar qualidade e segurança do leite

Caio Tibério, do Mapa, explica como funcionará o programa Ecoforte. Foto: divulgação
‘A intenção é que instituições que atuam sem fins lucrativos possam levar conhecimentos técnicos e administrativos ao campo, especialmente aos médios produtores de leite’, informa Caio Rocha, secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Mapa

 

Produtores de leite de seis Estados têm até próximo dia 15 de agosto para se inscrever no programa da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SDC/Mapa), que objetiva melhorar a qualidade e a segurança da cadeia leiteira por meio de boas práticas agrícolas.

De acordo com o secretário da pasta, Caio Rocha, “a intenção é que instituições que atuam sem fins lucrativos possam levar conhecimentos técnicos e administrativos ao campo, especialmente aos médios produtores de leite”. O programa deve atender a aproximadamente 15 mil agricultores do segmento.

“Primeiro, o edital prevê um trabalho na parte de estruturação da unidade produtiva do leite, visando o controle permanente, a manutenção da qualidade da água, o controle de doenças, a higiene, entre outros pontos. Mas também pretende ir para dentro do laticínio para monitorar equipamentos de refrigeração, o manuseio de máquinas, as condições de higiene, por exemplo.”

“Também prevê orientar na parte administrativa para que o agricultor saiba negociar melhor seu produto. O transporte do leite também receberá atenção especial, porque precisamos levar em conta o transporte de matéria-prima, insumos e alimentos, a segregação de animais, entre outros aspectos.”

Para a execução de todos os itens do edital, a União vai transferir a seis Estados brasileiros recursos no valor de até R$ 25,63 milhões. Serão R$ 630 mil a Mato Grosso; R$ 4 milhões a Goiás; até R$ 5 milhões para Minas Gerais; até R$ 4,5 milhões ao Paraná; até R$ 4,5 para Santa Catarina; e até R$ 6 milhões para Rio Grande do Sul.

“Estes Estados foram os primeiros a serem escolhidos por terem maior Índice de Produção de leite; eles concentram 75% de toda a produção leiteira do País, atingindo 15 mil produtores nesta fase inicial”, justifica Caio Rocha.

Quem não puder se inscrever agora, o secretário avisa que devem ser publicados novos editais, posteriormente, “mas é bem provável que isto ocorra somente no ano que vem”. E para concorrer, entre outras exigências, o médio produtor que receberá atendimento técnico deve ter 80% da renda bruta anual na atividade agrícola, com valores até R$ 1,6 milhão por ano e que utilize, de fato, a estruturação da unidade produtiva com o leite.

Os resultados preliminares serão divulgados no dia 29 de agosto e o resultado final está previsto para 9 de setembro. Os projetos devem ser enviados para o Mapa por meio deste endereço:  EDITAL

EDITAL

Conforme o edital da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Mapa, nas boas práticas agropecuárias estão incluídos: controle permanente da qualidade da água da propriedade rural; o registro e o acompanhamento de dados e dos procedimentos realizados na propriedade; o adequado armazenamento e transporte de matérias-primas, insumos e alimentos; a garantia da rastreabilidade dos animais e dos produtos originados na propriedade; a higiene e os procedimentos adequados de ordenha e pós-ordenha; a higiene, a limpeza, a manutenção e o dimensionamento adequados dos equipamentos de ordenha e de refrigeração do leite; a identificação, o registro e a segregação de animais sob tratamento veterinário ou pastagens sob uso de agrotóxicos; e o manejo adequado de bezerras na propriedade rural, entre outros itens.

Por meio do edital, serão selecionados projetos de assistência técnica, extensão rural e de adequada capacitação dos produtores rurais, transportadores de leite e técnicos de laticínios dos municípios, bacias leiteiras ou regiões de maior índice de produção de leite em metodologias validadas de boas práticas agropecuárias (BPA) e em tecnologias e procedimentos de produção, armazenamento e de transporte que sejam apropriadas e eficazes para a melhoria e garantia da segurança e da qualidade do leite em longo prazo.

Objetiva ainda capacitar produtores rurais em tecnologias, conceitos e procedimentos de produção de acordo com as boas práticas agropecuárias; capacitar os transportadores de leite em conceitos e procedimentos de transporte adequado de acordo com as boas práticas de agropecuárias, de armazenamento e de transporte, visando a manutenção da segurança e da qualidade do leite produzido nas propriedades rurais; capacitar técnicos de agroindústrias leiteiras (como de laticínios, cooperativas leiteiras, dentre outros) em tecnologias e procedimentos adequados de obtenção, armazenamento, transporte e beneficiamento de leite, de acordo com as boas práticas agropecuárias, visando à manutenção e sustentabilidade do sistema de segurança e de qualidade do leite.

Irá também capacitar técnicos multiplicadores em tecnologias e procedimento adequados de obtenção, armazenamento, transporte e beneficiamento de leite, de acordo com as boas práticas agropecuárias, visando à manutenção e sustentabilidade do sistema de segurança e de qualidade do leite produzido; criar condições para adoção de boas práticas agropecuárias (BPA) que possam melhorar a segurança e a qualidade dos produtos, que fomentem o bem-estar dos animais, o aumento da produtividade, da renda dos produtores rurais, a sustentabilidade ambiental, e do lucro das agroindústrias leiteiras.

CARACTERÍSTICAS

Ainda de acordo com o edital, dentre as diversas características da produção de leite no Brasil, duas foram marcantes para que a Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Mapa decidisse lançar o programa para atender à pecuária leiteira nacional: a primeira é que a produção ocorre em todo o território, e a segunda é que não existe um padrão de produção.

“A heterogeneidade dos sistemas de produção é muito grande e ocorre em todas as unidades da Federação. Existem propriedades de subsistência, sem a utilização de técnicas e com produção diária menor que dez litros, até produtores comparáveis aos mais competitivos do mundo, usando tecnologias avançadas e com produção diária superior a 60 mil litros. Além disso, a cadeia leiteira nacional se caracteriza por intensa e crescente concentração da produção e do beneficiamento, de forma que cerca de 80% do leite nacional são produzidos por apenas cerca de 20% do total de produtores envolvidos na atividade leiteira, ou cerca de 85 mil produtores rurais”, diz o edital.

Por equipe SNA/RJ

 

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